Conversa sobre jovens e escola. Escola Estadual Guilherme Briggs, Niterói

Na última quinta-feira estive na Escola Estadual Guilherme Briggs, Santa Rosa, Niterói, conversando sobre os sentidos da presença dos jovens na escola de Ensino Médio. Não tenho dúvidas em dizer que foi uma das atividades mais agradáveis que realizei nos últimos meses no contexto de nossa agenda de estudos, pesquisas e diálogos sobre a juventude e a escola de ensino médio. Os presentes participaram ativamente e saí de lá com a sensação de que minha fala foi mais estímulo para pensar e seguir dialogando do que palestra que prescreve o que “deve ser feito”. Foi neste dia que uma das professoras disse que “estão tentando de forma artesanal” acertar no trabalho com os jovens estudantes. A expressão que, sob certa perspectiva pode dar a entender o trabalhar de forma improvisada, me tocou pelo significado que atribuo à noção de artesania. Num contexto educacional em que predominam pressões de inúmeras ordens para padronizar cotidianos e práticas docentes, ser docente-artesão pode ser um antídoto. E foi nesta mesma semana que ouvi de uma autoridade educacional, em outro espaço, e em resposta a uma fala minha sobre a importância de se garantir a autonomia de professores na construção dos currículos, que não seria possível pensar em currículos flexíveis e autonomia com os “professores mal preparados que temos em nossas escolas”. Insisto, a autonomia como valor ético-político que anima os sujeitos da escola e o artesanato educativo como expressão da criatividade são bandeiras das quais não podemos abrir mão na construção da escola pública de qualidade. Que venham novos diálogos entre a universidade e a escola.