Nossa aula de Epistemologia e Educação, hoje, foi acarinhada pelo texto do filósofo José Américo Motta Pessanha (1932-1993)*. O texto “Filosofia e Modernidade, racionalidade, imaginação e ética” foi conferência realizada na 15a Reunião Anual da ANPEd no ano de 1992. O escrito é convite para um mergulho na história da cientificidade ocidental e nas múltiplas tensões que constituíram a modernidade e as formas de conhecer que se tornaram hegemônicas. Mas, na mesma profundidade, o texto nos permite caminhar para o reconhecimento do lugar que a imaginação pode ocupar na constituição de modelos científicos em sociedades democráticas. O livreto com o texto de Pessanha está disponível na Internet e nele pode se encontrar também outras duas significativas conferências, a de Mirian Jorge Warde – História e Modernidade ou de como tudo parece em construção e já é ruína”; e a conferência de Francisco Correia Weffort – “Trajetórias do pensamento político e os desafios da Democracia”. Acesse aqui o “Cadernos ANPEd n. 4 – Setembro – 1993”.
* José Américo Motta Pessanha Nasceu em Campos em 1932 e faleceu em 1993 no Rio de Janeiro. Estudante da faculdade de Filosofia na década de 60, foi exilado e continuou seus estudos em Paris. Quando retornou ao país, iniciou a organização da coleção Os Pensadores, da Editora Abril, como também se dedicou ao magistério de filosofia no IFCS e na fundação Getúlio Vargas.Grande Pensador, infatigável batalhador da cultura na Secretaria de Cultura em São Paulo, deixou importantes publicações e conferências em videos. Fonte: Comunidade José Américo Motta Pessanha.
Acesse aqui apresentação de sua bibliografia e Tese apresentada para o concurso de Professor Catedrático de História da Filosofia da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, intitulada “EMPÉDOCLES E A DEMOCRACIA” (1965).
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A seguir algumas das referências que circularam em nossa aula:
Estatuetas dos nativos do Arquipélago dos Bijagós – Guiné Bissau.
As estatuetas nos ajudaram a pensar sobre as representações que nos “invadem” ao primeiro olhar sobre o “outro”. Sobre isso, citei meu artigo “É preciso “fazer diferença” na escola pública brasileira“.
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O documentário que realizamos em missão de pesquisa na Guiné Bissau pode ser visto aqui no Blog:
O documentário, filmado no ano de 2012, traz entrevistas com o cineasta Flora Gomes, diretor de filmes emblemáticos sobre Guiné Bissau e as lutas pela emancipação dos países e culturas em África. E também depoimentos de gestores, educadores e jovens que tratam dos desafios econômicos, sociais, culturais para a constituição de um sistema educativo que contribua para que Guiné Bissau supere históricas dificuldades deixadas pelo domínio colonial português. Gravações realizadas em diferentes tipos de instituições educativas revelam a convivência da oferta educacional pública com modelos educacionais de base comunitária e religiosa.
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Inauguramos nesta aula nossa Capsula do Tempo. Este será nosso dispositivo para a recolha de objetos de afetos e memórias que alimentaremos em cada uma das aulas e reencontraremos ao final do curso. Como dito, a capsula é inspirada no experimento do multiartista americano Andy Warhol. Saiba mais sobre a capsula do tempo de Andy Warhol
Leia o artigo The secrets of Andy Warhol’s time capsules (BBC – Magazine)
Conheça o projeto Comuniarte – Morro do Palácio aonde utilizamos a Capsula do Tempo
Visite o Andy Warhol Museum e a reportagem Andy Warhol e a arca perdida
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E foram citados os seguintes filmes: “Descartes” que apresenta importantes extratos do pensador e autor de O Discurso do Método (1637) e Meditações Metafísicas (1641). As loucuras do Rei Jorge, lembrado para exemplificar o modo como os antigos médicos estabeleciam seus diagnósticos em “íntimo” contato com o corpo do paciente, no caso em questão o Rei Jorge Jorge III (1760-1820), último monarca do Antigo Regime inglês.
Descartes (de Roberto Rosselini). Fonte: Youtube.
As loucuras do Rei Jorge.
E o filme “O Físico”. Acesse aqui resenha sobre o mesmo.
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Ainda sobre a “descoberta” do corpo na Idade Média, foi citado o livro “O Anatomista”. Acesse aqui a resenha “Federico Andahazi e “O Anatomista”: o descobridor da pátria de vênus“.
Parabéns, Prof.º Carrano!
Suas aulas nos proporcionam uma viagem pelo conhecimento de forma contagiante e libertadora.
Dialogar sobre acontecimentos e fatos evidenciam as tramas e realidades de uma sociedade repleta de diversidade, que com ética e racionalidade, contribuirão para um saber-fazer pleno e mais significativo.
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Olá, Cyntia! Grato por este retorno. Estou achando bacana a energia da turma. Percebo que corpos e sentidos estão presentes. Sigamos!
Abraços, Carrano
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Olá, Carrano! Faltou mencionar que o encontro foi inaugurado por Eduardo Galeano. Vale o registro, não?
Abraços, Renata.
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Oi, Renata! Bem lembrado. Somente após fechar o relato e publicar me dei conta da ausência do Galeano.
Fotografei, ontem mesmo, texto e capa do livro.
Complementarei, sem dúvidas.
Abraços!
Carrano
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Parabéns professor Carrano por seu dinamismo, ideais e organização! Compartilho neste espaço a poesia do Thiago de Mello, declamada durante a aula:
As ensinanças da dúvida
Tive um chão (mas já faz tempo)
todo feito de certezas
tão duras como lajedos.
Agora (o tempo é que fez)
tenho um caminho de barro
umedecido de dúvidas.
Mas nele (devagar vou)
me cresce funda a certeza
de que vale a pena o amor.
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Oi, Cristiana! Que ótima ter compartilhado a poesia. Iria lhe pedir que o fizesse.
Sigamos juntos produzindo os sentidos de presença.
Abraços!
Carrano
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